❡ Itinerários Musicais no tempo de D. Leonor
❡ Itinerários Musicais no tempo de D. Leonor
Temporada Música em São Roque
Igreja de São Pedro de Alcântara
16 de Novembro de 2025, 16h
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❡ Programa, Textos e Traduções
❣ Parte 1 - Música Manuscrita ❣
Miguel da Fonseca, fl. c.1530–1544, P-BRd Ms 967
❡ In splendoribus sanctorum, ex utero ante luciferum genui te.
No esplendor do que é santo, antes do raiar do dia, gerei-te a partir do ventre.
(Salmo 109, Vulgata)
Pedro de Escobar, c.1465–depois de 1535, P-Ln CIC 60
❡ Stabat Mater dolorosa
iuxta crucem lacrimosa
dum pendebat Filius.
Cuius animam gementem
contristatam et dolentem
pertransivit gladius.
Estava a mãe de pé, pela dor tomada,
junto da cruz, por lágrimas velada,
enquanto o filho pendia:
a sua alma, gemendo
em tristeza, e sofrendo,
atravessada pelo gládio padecia.
Pedro de Escobar, c.1465–depois de 1535, P-Cug MM 12
❡ Fatigatus Iesus sedebat ad fontem: hora erat quasi sexta, et venit mulier de Samaria haurire aquam.
Dicit ei Iesus: mulier, da mihi bibere.
Et respondens ei mulier: quomodo tu cum Iudeus sis poscis a me bibere, quae sum Samaritana?
Dicit ei Iesus: si scires quis est qui dicit tibi, da mihi bibere, petisses ab eo, ut daret tibi aquam vivam.
Dicit ad eum mulier: Domine, da mihi hanc aquam, ut vivam in aeternum. Amen.
Jesus, cansado [da caminhada], acabou por se sentar junto a uma fonte. Era por volta da hora sexta, e veio uma mulher da Samaria buscar água. Disse-lhe Jesus: «Mulher, dá-me de beber». Respondeu-lhe a mulher: «como é que tu, que és judeu, me pedes de beber, a mim que sou samaritana?» Disse-lhe Jesus: «se soubesses quem é Aquele que te diz: “dá-me de beber”, tu é que lhe pedirias que te desse água viva.»
Disse-lhe a mulher: «Senhor, dá-me desta água, para que viva para sempre». Ámen.
(a partir do Evangelho segundo S. João, 4,6-15, Vulgata)
Pedro de Escobar, c.1465–depois de 1535, P-Cug MM 12
❡ Clamabat autem mulier Cananea ad Dominum Iesum, dicens: Domine, adiuva me, Fili David. Filia mea male a daemonio vexatur.
Respondens Iesus ait illi: Non sum missus nisi ad oves quae perierunt domus Israel.
At illa venit et adoravit eum, dicens: Domine, adiuva me. Respondens Iesus ait illi: Mulier, magna est fides tua; fiat tibi sicut vis. Amen
Clamava uma mulher cananeia ao Senhor Jesus, e dizia: «Ajuda-me, Senhor, Filho de David! A minha filha é terrivelmente atormentada por um demónio».
Respondendo, Jesus disse-lhe: «não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». Mas ela veio e pôs-se a adorá-lo, dizendo: «Senhor, ajuda-me!» Respondendo, Jesus disse-lhe: «Mulher, grande é a tua fé; faça-se como queres!». Ámen.
(a partir do Evangelho segundo S. Mateus, 15,22-28, Vulgata)
André Moutinho, séc. XVI (activo), P-Pm MM 40
[execução instrumental]
❡ Veni, sponsa Christi,
accipe coronam,
quam tibi Dominus praeparavit in aeternum,
pro cuius amore sanguinem tuum fudisti,
et cum angelis in paradisum introisti.
Veni electa mea,
et ponam in te thronum meum,
Alleluia.
Vem, esposa de Cristo,
recebe a coroa
que Deus te preparou para a
eternidade,
por amor de Quem derramaste o teu sangue,
e com os anjos entraste no paraíso.
Vem, minha eleita,
e eu te instalarei no meu trono,
Aleluia!.
António Lopes, séc. XVI (activo), P-Pm MM 40
❡ Heu mihi, Domine, quia peccavi nimis in vita mea.
Quid faciam miser? Ubi fugiam, nisi ad te, Deus meus?
Miserere mei, dum veneris in novissimo die.
Ai de mim, Senhor, porque tanto pequei na minha vida!
Infeliz de mim, o que hei-de fazer? Para onde hei-de fugir, senão para ti, meu Deus? Tem misericórdia de mim, quando vieres no último dia.
❣ Parte 2 - Música Impressa ❣
Juan de Urrede, c.1430–depois de 1482, Harmonice Musices Odhecaton A (1501)
[execução instrumental]
❡ Nunca fué pena mayor
nin tormento tan estraño,
que iguale con el dolor
que resçibo del engaño.
Y este conocimiento
haze mis días tan tristes,
en pensar el pensamiento
que por amores me distes,
me haze aver por mejor
la muerte, y por menor daño,
qu'el tormento y el dolor
que rresçibo del engaño.
Jamais houve pena maior
nem tormento tão estranho,
que se iguale à minha dor,
recebida deste engano.
E é este o entendimento
que torna o meu dia triste:
reflectir sobre o pensamento
de amor que tu me deste.
Tudo isto me faz considerar melhor
a morte, e por menor dano,
do que o tormento e a dor
que recebo deste engano.
Josquin des Prez, c.1450/55–1521, Motetti de la corona, Liber 1 (1514)
❡ Memor esto verbi tui servo tuo,
in quo mihi spem dedisti.
Haec me consolata est in humilitate mea,
quia eloquium tuum vivificavit me.
Superbi inique agebant usquequaque:
a lege autem tua non declinavi.
Memor fui judiciorum tuorum a saeculo, Domine,
et consolatus sum.
Defectio tenuit me, pro peccatoribus derelinquentibus legem tuam.
Cantabiles mihi erant justificationes tuae
in loco peregrinationis meae.
Memor fui nocte nominis tui, Domine,
et custodivi legem tuam.
Haec facta est mihi,
quia justificationes tuas exquisivi.
Lembra-te da palavra dada ao teu servo,
com que me deste esperança.
Isto consolou-me na minha humilhação,
porque o que tu disseste deu-me vida.
Os orgulhosos comportavam-se sempre de forma iníqua, mas eu não me desviei da tua lei.
Recordei-me dos teus decretos de outrora, Senhor, e fui consolado.
Dominou-me a revolta contra os pecadores,
que rejeitaram a tua lei.
Os teus decretos eram os meus cânticos
no local da minha peregrinação.
De noite, lembrei-me do teu nome, Senhor,
foi isto que me aconteceu,
porque procurei os teus decretos.
(Salmo 118, 49-56 Vulgata)
Antoine de Févin, c.1470–1511/12, Motetti de la corona, Liber 1 (1514)
❡ Tempus meum est ut revertar ad eum qui me misit, dixit Dominus.
Nolite contristari: patrem rogabo meum
Sanctumque paraclitum ut det vobis pro reis antidotum et supremum remedium.
Ascendo ad patrem meum et patrem vestrum.
Alleluia.
«É tempo de regressar para Aquele que me enviou», disse o Senhor.
«Não vos entristeçais: pedirei ao meu pai um santo intercessor, que vos dê
um antídoto em favor dos réus, e um supremo remédio.
Subo ao meu pai e ao vosso pai».
Aleluia
Noel Bauldeweyn, c.1480–depois de 1513, Motetti de la corona, Liber 4 (1519)
❡ Quam pulchra es, et quam decora, carissima, in deliciis!
Statura tua assimilata est palmae,
et ubera tua botris.
Caput tuum ut Carmelus;
collum tuum sicut turris eburnea.
Veni, dilecte mi,
egrediamur in agrum,
videamus si flores fructus parturiunt,
si floruerunt mala punica:
ibi dabo tibi ubera mea.
Amen.
Como és bela, como és encantadora,
ó amada, tão plena de delícias!
O teu porte é semelhante a uma palmeira,
e os teus seios a tâmaras.
A tua cabeça é como o Monte Carmelo,
o teu pescoço é qual torre de marfim.
Vem, meu amor,
vamos partir para o campo,
vejamos se as flores já deram fruto,
se já floresceram as romãs:
aí dar-te-ei os meus seios.
Ámen.
(a partir do Cântico dos cânticos, 7,5-12, Vulgata)
Jean de La Fage, fl. c.1518–c.1530, Motetti de la corona, Liber 2 (1519)
[execução instrumental]
❡ Elisabeth Zachariae
magnum virum genuit
Joannem Baptistam
praecursorem Domini
qui viam domino
praeparavit in eremo
Fuit homo missus a deo
cui nomen Joannes erat
Elisabete, mulher de Zacarias,
deu à luz um grande homem,
João Baptista,
que precedeu o Senhor
e que preparou para o Senhor
um caminho no deserto.
Foi um homem enviado por Deus,
e o seu nome era João.
Costanzo Festa, c.1485/90–1545, Motetti de la corona, Liber 4 (1519)
❡ Tribus miraculis ornatum diem sanctum colimus:
hodie stella Magos duxit ad praesepium;
hodie vinum ex aqua factum est ad nuptias;
hodie in Iordane a Ioanne Christus baptizari voluit, ut salvaret nos, alleluia.
Cultuamos este dia santo, ornamentado por três milagres:
hoje a estrela conduziu os Magos ao presépio;
hoje o vinho fez-se água para as núpcias;
hoje, no Jordão, Cristo quis ser baptizado por João, para que nos salvasse. Aleluia!
Johann Walter, 1496–1570, Eyn geystlich Gesangk Buchleyn (1524)
❡ Christ lag inn todes banden
fur vnser sund gegeben
Der ist wider erstanden
vnd hat vns bracht das leben
Des wyr sollen frolich seyn
Gott loben vnd danckbar seyn
vnd singen Alleluia.
(NOTA: manteve-se a ortografia original do impresso)
Cristo jazia nos grilhões da morte,
entregue pelos nossos pecados.
Ele ressuscitou
e trouxe-nos a vida.
Por isso nos devemos alegrar,
louvar a Deus e ser-lhe gratos
e cantar: “Aleluia”.
❣ Parte 3 - Kyrie Tenebrarum (feria quarta in nocte) ❣
Anónimo, ca. 1500, I-Nn Cod. I.E.32
❡ Kyrie Tenebrarum (feria quarta in nocte)
Kyrie eleison.
Domine, miserere.
Christus Dominus factus est obediens usque ad mortem, mortem autem crucis.
Qui passurus advenisti propter nos, qui expansis in cruce manibus traxisti omnia ad te saecula. Kyrie eleison.
Domine, miserere.
Christus Dominus factus est obediens usque ad mortem, mortem autem crucis.
Qui prophetice promisisti: “Ero mors tua, o mors.” Kyrie eleison.
Domine, miserere.
Christus Dominus factus est obediens usque ad mortem, mortem autem crucis.
Mortem, mortem autem crucis.
Kyrie eleison.
Senhor, tem piedade.
Cristo Senhor fez-se obediente até à morte, uma morte, porém, de cruz.
Tu, que haverias de sofrer, vieste por nossa causa, Τu, que de mãos estendidas na cruz todas as coisas até nós arrastaste. Kyrie eleison.
Senhor, tem piedade.
Cristo Senhor fez-se obediente até à morte, uma morte, porém, de cruz.
Foste Τu que profeticamente prometeste: «Serei a tua morte, ó morte».
Kyrie eleison
Senhor, tem piedade.
Cristo Senhor fez-se obediente até à morte, uma morte, porém, de cruz.
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❡ Notas ao programa
O tempo de D. Leonor (1458–1525) – designado pela historiografia como Primeira Modernidade – é um período de grandes transformações culturais e sociais. Entre os vários elementos marcantes contam-se os movimentos filosóficos e teológicos que conduziram à reforma protestante, a expansão marítima ou a invenção da imprensa, que fomenta a circulação de ideias pelo espaço europeu a uma velocidade nunca antes vista. A música, enquanto parte indistinta do tecido cultural e social, não poderia deixar de reflectir essas mudanças, adquirir novas identidades e ocupar novos espaços. O som circula e habita várias esferas, e a música notada que nos sobrevive fornece amplos testemunhos sobre três espaços privilegiados: a corte, a igreja e a casa.
O programa que apresentamos, disposto em tríptico, convida a escutar essa circulação a partir de três testemunhos complementares: 1) a música manuscrita que alimenta o calendário das igrejas e catedrais ibéricas de inícios de Quinhentos; 2) os primeiros impressos do século XVI, que aceleram a difusão e estabilizam repertórios além-fronteiras; e 3) a música cerimonial e privada, ligada à Capela Real Portuguesa, espelho da vida de corte e dos seus ritos.
Abrimos com obras de carácter funcional preservadas em códices de várias proveniências —Braga, Coimbra; Lisboa e Porto — que documentam práticas musicais associadas à liturgia. O leque é amplo: In splendoribus (Gradual do Dia de Natal), Stabat mater dolorosa (devoção mariana da Paixão, muito presente em procissões e ofícios da Semana Santa), os motetes evangélicos Fatigatus Iesus (o encontro com a Samaritana — leitura quaresmal) e Clamabat autem mulier (a Cananeia — igualmente no arco das perícopes de Quaresma), Veni sponsa Christi (do Comum das Virgens) e Heu mihi, Domine (do Ofício de Defuntos).
Os estilos composicionais são diversificados e dependem mais da tradição musical associada a cada cântico litúrgico do que das opções individuais de cada compositor. Em Miguel da Fonseca encontramos um contraponto concertado em torno do cantus planus (cantochão), numa textura que tem relação directa com os ensinamentos sobre contraponto improvisado que podemos ler na tratadística ibérica do período, em particular em Mateus de Aranda. Nos dois motetes de Pedro de Escobar sobre episódios do Novo Testamento, sobressai um estilo dramático, muito característico deste compositor, em que as opções do contraponto apresentam as três personagens: o narrador (o evangelista), a mulher e Cristo. Dos desconhecidos André Moutinho e António Lopes — porque deles praticamente nada sabemos, mas também porque raramente são interpretados nos nossos dias — encontramos o recurso tanto ao contraponto imitativo como ao fabordão, estilo de matriz improvisatória em que uma linha de cantochão é harmonizada a quatro vozes num registo declamatório homofónico.
No segundo momento do nosso programa apresentamos canções retiradas de impressos musicais em livros de partes de 1501-1524. Estes livrinhos, impressos em pequenas folhas soltas não encadernadas, em tiragens que poderiam oscilar entre os 500 e os 1000 exemplares, foram responsáveis directos pelo surgimento de uma nova classe de músicos: os cortesãos e burgueses instruídos, para quem a habilidade de saber cantar e tocar a partir de partitura era fundamental para alcançar prestígio e reconhecimento social. A casa torna-se então um lugar de produção musical regular, e a polifonia notada o seu principal esteio (recordemos o processo inquisitorial de que Damião de Góis foi alvo em 1571, no qual se denunciava que da sua casa se ouviam “estranhas melodias”).
O fenómeno da impressão musical cunhou uma identidade sonora partilhada no Ocidente/Centro europeu e ajudou a fixar referências canónicas ao longo do século XVI (Josquin, Morales, Palestrina, Willaert, Lassus, por exemplo), estabiliza grafias e normaliza procedimentos contrapontísticos, formas e géneros. Apesar disso, a primeira geração de impressos – a partir do qual realizamos a nossa selecção – apresenta uma variedade nacional que espelhamos no nosso programa, apresentando música de origem espanhola, franco-flamenga, italiana, alemã e inglesa. Infelizmente, a popularidade deste formato de baixo custo não resistiu à prova dos tempos, e estima-se que tenhamos perdido mais de 90% da música impressa neste método.
Encerraremos o nosso programa com a parte dos Kyrie tenebrarum dedicados à quinta-feira santa (mas cantada na noite de quarta). Hoje tida como a mais antiga obra polifónica de origem segura na Capela Real Portuguesa (c. 1500), trata-se de uma composição anónima a três vozes, preservada em unica como apêndice de um Cerimonial da Capela Real de meados de Quinhentos, outrora da Infanta D. Maria (Princesa de Parma). O manuscrito musical – ele próprio um documento itinerante, levado pela Infanta de Lisboa para Bruxelas em 1566, mais tarde nesse ano para Parma, e já no século XVIII para Nápoles, onde se encontra actualmente na Biblioteca Nacional – contém bastantes erros não corrigidos, o que faz suspeitar de que a obra pode ter sido conservada por motivos simbólicos, mas que já não seria executada na altura.
Liturgicamente designadas em Portugal também por Preces, estas peças integram o Ofício de Trevas e seriam cantadas final das Laudes do Tríduo Pascal. Trata-se de versos acrescentados à litania, de uso amplamente documentado na Península Ibérica, cantados em alternância com Benedictus e Christus Dominus factus est (em cantochão), por três ou quatro cantores. O cerimonial prevê o apagamento sucessivo das velas do altar e termina com a ecfónese “Mortem, mortem autem crucis”.
Do ponto de vista musical, não existe aqui um cantus firmus claro, mas as fórmulas de cantochão que encontramos para este texto em livros portugueses do século XVI encontram-se parafraseadas nas partes polifónicas. O contraponto apresenta características que sugerem uma datação de ca. 1500, seguindo preceitos de movimento que parecem frequentemente alinhados com as fontes do século XV, de carácter medieval, mas também opções que encontramos em autores mais tardios.
A interpretação da Arte Minima utiliza instrumentos construídos por Adrian Brown a partir de originais de Sigmund Schnizter (ca. 1520, afinados a 450hz) e Hieronimus Salbrun (ca. 1575 afinados a 460hz).
❡ Arte Minima
Fundada em 2011 por Pedro Sousa Silva, a Arte Minima é um ensemble português dedicado à interpretação da música dos séculos XV–XVII, com foco na redescoberta do património musical português. Trabalha directamente sobre fontes primárias (manuscritos e impressos), sem mediação de edições modernizadas, numa abordagem filológica que cruza teoria, instrumentos e práticas de afinação históricas.
Após uma década de actividade em festivais de referência nacionais, a Arte Minima consolidou presença internacional com estreias recentes em Madrid (Festival Internacional de Arte Sacro, 2024) e Helsínquia (Aurore Festivaali, 2025), e com apresentação em Nápoles (Fondazione Turchini, Junho de 2025). Estes programas combinam repertório português e ibérico com eixos europeus que iluminam contextos, circulação e prática.
A discografia inclui In Splendoribus (2021), com peças inéditas das Sés de Braga e do Mosteiro de São Bento da Vitória (Porto), e Francisco de Santa Maria — Missa O Beata Maria (2023), lançado pela Pan Classics. Em 2025, o grupo iniciou a edição fonográfica faseada da integral dos motetes de Vicente Lusitano (Liber Primus Epigramatum, 1551), igualmente pela Pan Classics, projecto a concluir em 2026.
O impacto crítico do disco de Lusitano tem sido assinalado por imprensa e rádios europeias. A Diapason atribuiu ★★★★, sublinhando: “Ici la sagesse domine, dessinant des entrelacs somptueux dans un esprit musica secreta.” (Frédéric Degroote). Na MusicWeb International, Johan van Veen escreveu: “The performances are admirable. The ensemble is outstanding, as is the balance within the ensemble.” O álbum surgiu entre os destaques de Primavera da Presto Music e teve ampla difusão radiofónica (Concertzender — Nuove Musiche; ERT Trito Programma — Ars Nova; France Musique — En Pistes, onde se ouviu: “Un très beau disque qui m’a passionné”).
Para além da actividade concertística, a Arte Minima tem promovido projectos - nomeadamente Na Memória do Sons e Temp(l)o Revisitado - que procuram apresentar reportórios inéditos explorando formas alternativas de comunicação com o público, seguindo um modelo mais próximo da visita guiada que do concerto.
A Arte Minima tem recebido apoio continuado de instituições como a Direcção-Geral das Artes, Fundação GDA, Câmara Municipal do Porto, Caixa Geral de Depósitos (Prémio Caixa Cultura), CCDRN / Direcção Regional de Cultura do Norte, CESEM, ESMAE-IPP, Instituto Politécnico do Porto, PORTIC e Antena 2.
Mais informações em: arteminima.org
❡ Artistas
Fátima Nunes – tiple
Miguel Barreira – voz baxa
António Godinho - flautas
Carlos Sánchez – flautas
Tiago Simas Freire - flautas
Pedro Sousa Silva – flautas e direcção
Pedro Braga Falcão – tradução